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Palestra na JFRS abordou a Comunicação Não-Violenta

09/11/2017 - 15h24
Atualizada em 10/11/2017 - 15h08
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Na busca por "soluções mais humanas e eficientes nas execuções penais", a Justiça Federal do RS promoveu, nesta quarta-feira (8/11), mais uma palestra integrante do ciclo Justiça Restaurativa. Com o tema "Comunicação Não-Violenta: a violência é a expressão trágica de uma necessidade não atendida?", a iniciativa apresentou uma proposta de reaprendizado relacional, em que a agressão é encarada sob a perspectiva de "uma linguagem montada em cima de histórias de vida, necessidades e sentimentos". O evento aconteceu na sede da instituição em Porto Alegre. [caption id="attachment_43940" align="aligncenter" width="500"]Juiz Roberto Schaan, vestindo terno escuro e segurando um microfone, está sentado atrás de uma mesa em madeira. À sua esquerda, está Marcelo Pelozzoli, vestindo blazer e também sentado. Schaan (E) destacou intenção de "humanizar" a execução das penas [/caption] O diálogo foi conduzido pelo doutor em filosofia e professor da UFPE Marcelo Luiz Pelizzoli. Ele iniciou sua fala classificando os diferentes tipos de violência e explicou que ela não está apenas relacionada à criminalidade, mas pode existir em todas as formas de relação, inclusive as hierárquicas /profissionais e afetivas. Embasando sua explicação em uma base filosófica e em experiências profissionais, o palestrante deixou claro que, em relação ao tema, a técnica fica em segundo plano. Segundo ele, não há um método a ser seguido, mas princípios que indicam como conduzir as relações sob a ótica da comunicação não-violenta. Um deles é o da escuta ativa. Diz respeito a "apostar na qualidade da escuta como uma maneira de compreender o que está acontecendo na sociedade e entender, de uma forma melhor, porque ocorre a violência". Outro ponto importante é o reconhecimento da humanidade do interlocutor. Para Pelizzoli, todos possuímos valores em comum, com os quais podemos nos identificar e a partir dos quais podemos nos conectar com o outro. Ele também deixou claro que esses valores não se confundem com a ideia de bons costumes, mas com o mais básico do ser humano. Ele ainda admitiu que há méritos em atitudes combativas, com caráter de oposição. Entretanto, destacou que o diálogo e a busca pelo entendimento estão a serviço de algo maior. A abertura da palestra foi realizada pelo líder do Projeto Estratégico Justiça Restaurativa na JFRS, juiz federal Roberto Schaan Ferreira. No final do evento, foi aberto um espaço para a plateia contribuir com questionamentos e apontamentos. [caption id="attachment_43941" align="aligncenter" width="500"]O ponto de vista da imagem é o do fundo do auditório. A plateia é vista de costas. À frente, há um telão com a imagem desfocada e o palestrante marcelo Pelizzoli aparece em pé, segurando o microfone. Pelizzoli promove círculos de diálogos em cadeia de Pernambuco[/caption] CNV Proposta pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, a Comunicação Não-Violenta é conectada com a fundamentação ética da Cultura da Paz, paradigma que propõe reflexões e práticas que resgatam a sociabilidade fundamental das relações humanas. A proposta é incentivar a empatia por meio da comunicação, tendo como norte os valores universais. A CNV tem como modelo ético o não-estabelecimento de rótulos entre as pessoas e a não-dominação e busca pôr os interlocutores em posição de igualdade. Justiça Restaurativa O evento realizado nesta quarta-feira faz parte do ciclo de seminários "Justiça Restaurativa - Uma nova perspectiva de Justiça", iniciado em agosto deste ano. O projeto parte da idéia de que cabe ao Poder Judiciário aprimorar permanentemente suas formas de resposta às questões sociais relacionadas aos conflitos com a lei e violência, resgatando sua capacidade de diálogo com a sociedade. Além de magistrados e servidores da JFRS e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, estiveram presentes servidores do Ministério Público Federal, da Advocacia-Geral da União e da Susepe.